Esse meu artigo também foi publicado no Hôtelier News. leia AQUI.
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Quando falamos em motel, o que vem primeiro a sua mente?
Se fosse americano, com certeza você pensaria em motor + hotel, ou
hotel econômico à beira de uma rodovia, com acesso direto do quarto ao
estacionamento, destinado a motoristas que precisam de um breve descanso
antes de seguir viagem. Diferentemente de um hotel, o motel não é o
destino, somente está no caminho até o destino.
Como curiosidade, o primeiro foi o Milestone Mo-tel (Motel Inn), na Califórnia, aberto pela Rede Hamilton, em 1925.
Mas como estamos no Brasil, você deve ter pensado em cama redonda,
neon, TVs antigas, toalhas e lençóis desgastados, e total desconexão com
turismo.
Depois de orientar excelentes trabalhos de conclusão de curso sobre o
assunto, assim como os Hostels, tive a certeza que o mercado precisa
quebrar alguns paradigmas com o setor.
Suítes supertecnológicas, decorações
refinadas, investimentos em sistemas de iluminação, mudanças no
atendimento e cardápio diferenciado já fazem parte da rotina de muitos
motéis. E por falar em cardápio, o Motéis Gourmet, festival gastronômico de Belo Horizonte, já entra na sua 3ª edição com muito sucesso.
Esse é o cinema 4D privativo para 2 pessoas dentro da suíte do Lush,
com mais de 100 títulos. A poltrona recria os movimentos dos filmes,
e a pipoca está incluída no pacote.
Mas qual o resultado dessas inovações?
De acordo com a ABMotéis, 30% deles já estão em sintonia com a
nova tendência de meio de hospedagem para negócios, entretenimento
comercial ou empresarial, e lazer. São hóspedes residentes ou aqueles
que frequentam grandes shows, eventos esportivos, feiras e eventos.
Desde 1968, quando o Motel Playboy (antigo Monte Belo Country Club) abriu suas portas em Itaquaquecetuba/SP, o segmento de motéis evoluiu muito por aqui. De
acordo com pesquisa da empresa Zeax, o mercado moteleiro do Brasil se
sofisticou, expandiu, e já conta com mais de 5.000 motéis, movimentando
R$ 4 bilhões por ano.
Claro que estamos longe do Japão, a meca dos motéis, onde
existem mais de 30.000 “love hotels”, quem movimentam R$ 80 bilhões
anualmente.
Mas a cobrança por hora já é conhecida da hotelaria através do day use, embora alguns hoteleiros não vejam a prática com bons olhos.
A novidade então, fica por conta da adesão dos hotéis corporativos.
Exemplo disso é o crescimento meteórico do site www.day-use.hotels.com.
Lançado em 2010 na França, o site contava somente com alguns hotéis de
negócios de alto padrão oferecendo hospedagem de 3 à 7 horas, e um
slogan conectado com o hóspede atual: “A second bed, a second office, a second life…”
Pouco tempo depois, o conceito se espalhou pela Europa e conquistou os
Estados Unidos. Hoje em dia, até as grandes redes já aderiram à nova
moda.
Durante a Copa, a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) em parceria com o site Guia de Motéis,
permitirá o aluguel de quartos nas suas propriedades. Nas cidades sede,
os hóspedes poderão entrar e sair a qualquer hora, e ainda levar a
chave da sua suíte. O aluguel por horas também será adaptado, já que
alguns motéis chegam a iniciar a diária somente às 2 da manhã.
Já seguindo a tendência da decoração mais clean e menos apelativa dos
últimos tempos, entre Junho e Julho, não será difícil encontrar canais
pornô desativados e camas retas. Só os espelhos no teto, marca
registrada desse tipo de negócio, permanecerão.
Conheça os motéis selecionados para reservas durante o evento aqui.
E o futuro dos motéis?
Considerando o crescimento da economia, as características culturais, o
bônus demográfico e os dados do mercado moteleiro, as perspectivas são
excelentes para os próximos 10 anos.
E isso se justifica pela demanda não atendida de motéis que
ofereçam serviços sofisticados, sem a vulgaridade que caracterizou os
motéis dos anos 80. Esse tipo de propriedade vai crescer em média 27% ao
ano, sendo que à partir de 2022, os motéis movimentarão 15 bilhões de
reais anualmente.
Definitivamente um segmento de hospedagem que merece toda a atenção,
cada vez mais profissional, e antenado aos movimentos do mercado.
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