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Mas o que efetivamente é distribuído por um hotel?
São 4 categorias de informação:
1) Tarifas.
2) Disponibilidade.
3) Informações descritivas
como: tipos de apartamentos, tipos de pacotes, localização, “amenities”,
contato, espaço para eventos, etc.
4) Informações visuais do
como: fotos e vídeos.
Sobre essa última categoria, vale um comentário: cada
vez mais, agentes de viagens não estão buscando somente preços mais baratos,
mas a “melhor” opção de preço, com a promessa da “melhor” experiência. Um
estudo conduzido pela Forrester Research (empresa de tecnologia e pesquisa de mercado), no
início de 2009, descobriu que 37% dos turistas de lazer americanos evitam
reservar um hotel pela internet se não conseguem ver fotos, vídeos ou
descrições que os façam sentirem confortáveis com o empreendimento.
Mas para entender como chegamos à atual (e imensa) gama
de “intermediários”, é importante voltarmos um pouco na história.
Nos anos 90, a distribuição emergiu como uma tarefa
técnica.
Com o passar dos anos, o foco em reservas ficou de
lado para dar lugar a uma plataforma de promoção. E, desde 2006/2007, o
engajamento do consumidor em uma base que exerce as duas funções (reservas e
marketing), se consolida.
O
gerenciamento de distribuição mudou o foco de tecnologia e controle de custos
para marketing e Revenue Management. Hoje, toda a estratégia de comunicação e
marca deve ser desenvolvida ao redor da distribuição eletrônica.
Para quem ainda tem alguma dúvida (se é que exista alguém...), é só lembrar
o discurso de gestores de viagens ligados à ABGEV (Associação Brasileira de
Viagens Corporativas), afirmando que a segunda maior despesa das grandes empresas, depois
da folha de pagamento, é de viagens corporativas. E, com o objetivo de melhorar
o monitoramento e controle sobre suas despesas de viagens, têm investido pesado
na utilização de reservas eletrônicas.
Essa é mais uma das atividades que têm por objetivo
a maximização de receita nos hotéis, convergindo para uma única estratégia. A
idéia é que não existam mais dois planos, de Distribuição e Marketing, ou “experts”
técnicos, sem visão de mercado e consciência do posicionamento de marca.
Mas quem está por trás disso? Que público é esse
que orquestrou essa (re) evolução?
Um alto nível de personalização, conveniência
(através de sites 100% online) e transparência
são algumas das exigências do consumidor atual. Com esse novo comportamento de
compra, houve uma explosão do número de sites que oferecem a construção de
planos de viagens, buscas por exclusividade e espaços onde turistas podem
descrever suas experiências.
O controle dos diálogos online, relacionados à
imagem de marca e padrões de produtos/serviços, passou para a mão do cliente, que
não quer mais ser enquadrado como lazer, corporativo ou grupo. A demanda por
específicos nichos de mercado aumentou muito.
Na tentativa de atender esses nichos, a proliferação
de canais e oportunidades de marketing “híbridos” parece não ter fim. Como
classificar um “site” onde o cliente entra em busca de informação, abre espaço
para relatar suas experiências e ainda oferece uma plataforma de mídia onde é
possível promover sua marca?
Com a expansão da tecnologia disponível, os hotéis
já podem interagir com os clientes em cada ponto de contato durante o processo
de compra.
A estratégia de distribuição mudou e deve ser
elaborada para dar suporte aos objetivos de marketing e receita.
O objetivo agora não é só baixar custos e aumentar
volume de reservas, mas assegurar um alto nível de interação e envolvimento com
o cliente enquanto isso. A “corrida” é pelo relacionamento e não o volume de “clicks” em sua “homepage”.
A distribuição eletrônica está altamente dispersa e
inclui:
* Sites de busca como Google e Yahoo.
* Sites de planejamento de viagens como NileProject
e Road Warrior.
* Sites de viagens gerais como Yahoo! Travel e
Expedia (Hotéis.com, na versão brasileira).
No Brasil, o Submarino, Decolar.com, TAM Viagens, entre outras.
No Brasil, o Submarino, Decolar.com, TAM Viagens, entre outras.
* Sites de destino.
* Sites de hotéis.
* Além de centenas de sites que oferecem
informações de viagens, reservas ou links para sites de reservas.
O mix de canais eletrônicos complicou, e muito, o
gerenciamento de distribuição nas redes hoteleiras e vem exigindo adaptações na
organização, no orçamento e na alocação de recursos, com o objetivo de manter
uma presença “online” efetiva.
Entrando mais no detalhe dos principais canais de
distribuição (GDSs, Centrais de Reservas e Internet), importante analisarmos os
GDSs mais a fundo.
No final dos anos 70, as agências de viagens usavam
GDS (Global Distribution Systems) para facilitar as reservas nas companhias
aéreas. Com a redução de custos que os meios eletrônicos proporcionaram, em 1999,
20% de todas as reservas efetuadas nos EUA já eram através de GDS´s. Os 2
maiores concorrentes eram Sabre, da American Airlines, e Apollo, da United
Airlines. Além, claro, dos inúmeros outros de menor amplitude.
Com isso, os custos para a hotelaria também
aumentou, pois construir interfaces compatíveis com cada GDS não saiu nada
barato.
Hoje, de acordo com o Travelclick (provedor de
soluções para distribuição interativa e serviços de marketing para hotéis), o
Sabre possui 50% do “share” (participação) de mercado, a TravelPort (que
engloba Galileu e Worldspan), 36% e o Amadeus, 14%.
Em 2000, 1 em cada 5 reservas nos EUA eram
eletrônicas (GDS e internet juntos). Na distribuição antiga, os agentes de
viagens mantinham o relacionamento com o cliente e os GDS´s gerenciavam as
conexões entre fornecedores e distribuidores. No modelo novo, os GDS´s começam
a adquirir sites com contato direto com o consumidor e tentam dominar o “novo”
canal chamado internet.
Mesmo com todos os “fees” (taxas) por reserva,
cobrada pelos GDS´s e que recaíam sobre os hotéis, as reservas provenientes de
canais eletrônicos ainda eram mais baratas que central de reservas. Uma prova
clara dessa vantagem são os números: o volume de reservas pelo GDS’s aumentou
10 vezes em 20 anos (1980 a
2004). Entretanto, em 2004, enquanto os GDS’s ainda apresentavam altos números
de produtividade, a internet explodiu, aumentando sua produção 15 vezes em 5
anos (1999 à 2004).
Em 2005, então, começou a “Era do E-commerce”. O
advento dos sites de diálogo e troca de idéias e informação, viraram febre.
Desde 2008, as centenas de sites já eram
dependentes de diálogos de consumidores e milhares de debates interativos,
avaliações de fornecedores, sugestões de viagens e troca de informações
relevantes em tempo real.
A internet oferece vantagens estratégicas
incontestáveis:
1) Amplitude da
empresa aumenta, atingindo mercados mais globais.
2)
Redução de custos (em comparação com canais
tradicionais como GDS’s), evitando comissões e diminuindo “transaction fees”
(taxas por transação).
3)
Melhora do serviço ao cliente, oferecendo mais e
melhor informação, com recursos multimídia.
Hoje, a internet é, comprovadamente, o único canal
de distribuição que cresce no mundo.
De acordo com estudos da PhoCusWright, ARC e HeBS’
(Hospitality eBusiness Strategies), todas empresas de pesquisa de mercado, as
reservas através da internet representaram 54,8% do total do volume de reservas
das 30 maiores marcas hoteleiras do mundo. Desses, 70,1% é proveniente do
próprio site da marca e, 29,9%, das “Third Party/OTAs” (Online Travel
Agencies).
Completando o total da distribuição, 22,7% ainda
provêm de reservas por GDS e, 22,5%, de centrais ou departamentos de reservas
dos hotéis.
Em
comparação a 2008, a
internet aumentou seu “share” (participação) em 7,2%, longe da queda de 4,6% do
GDS e 2,6% das reservas via telefone.
Para
deixar clara a tendência de mercado, é só fazer um retrospecto e lembrar o ano
de 2006, quando os GDS’s correspondiam a 31,3% do total desse volume.
Não tem
como negar que a mudança dos canais “offline” para “online” é permanente. Não
tem volta!
O
conselho geral continua sendo: continuar investindo nos canais “online” diretos
(sua “homepage”). É necessária uma estratégia robusta e investimento em
marketing para tirar vantagem do crescimento da internet e mudar o volume de
reservas “offline” para “online”.
A otimização da sua “homepage”, email marketing,
propaganda online, sites de busca pagos e presença com eficiência nas mídias
sociais, podem fazer toda a diferença. E não corte o “budget” de marketing,
pois investir nessa área é, hoje, o melhor e mais rápido retorno sobre
investimento (ROI) do mercado. A HeBS acredita que as viagens online,
especialmente as que entram por canais diretos, são a única opção viável de
crescimento durante uma recessão.
Um site hoteleiro altamente competitivo deve
priorizar:
·
Design e estrutura (um assunto relevante por página
e sempre um clique para voltar à “homepage”),
·
Fotografias profissionais (com possibilidade de
rápido “download”)
·
Espaço para interatividade com clientes (criando
credibilidade)
·
Ferramenta integrada de reservas online (deixar à
disposição sempre um “link” para reservas em todas as páginas)
·
Página exclusiva para pacotes e ofertas especiais
(agregar valor para oferecer um “bom negócio”)
Feito isso, investir em tecnologia para saber o
índice de conversão do site (divisão do número de reservas online pelo número
total de visitantes). Quando o índice atingir 5% à 10%, é hora de investir mais
na estratégia de mídias sociais (assunto
para um próximo artigo). Ou seja, o “caminho” de um hotel pela internet parece,
hoje, não ter fim.
Outra
dica é investir na “educação” do mercado. A grande procura por sites de “last
minute” (reservas de última hora) pode ser o principal inimigo de um
planejamento tarifário. Pode até haver um volume interessante de clientes em
certas ocasiões, mas também acaba acostumando esse cliente a não mais se
planejar e esperar o preço baixar no “last minute”. Criar promoções para
compras antecipadas certamente é o melhor caminho.
Especialistas em e-commerce do mercado hoteleiro
explicam que a distribuição eletrônica no Brasil, diferente da Europa e USA, não oferece um amplo leque de opções de
transporte ou hospedagem. Por mais que haja inúmeros estabelecimentos, nem
todos têm a tecnologia mínima necessária para terem suas disponibilidades e
tarifas em tempo real nos sites terceiros, como Expedia e similares. Vendo por
esse ângulo, As estatísticas acima podem ser um pouco mais baixas no Brasil,
mas esse “futuro” já começou e precisamos estar preparados.
Por fim, o que devemos esperar para 2010 e anos
seguintes é a consolidação de estratégias focadas nos serviços aplicados aos
aparelhos móveis (IPhone, Blackberrys & Cia.), CRM (Customer Relationship
Management) e “Homepages” direcionadas exclusivamente para esse público.
Acostume-se com termos como M-marketing, M-CRM, M-Distritution, etc. Para a
letra “M”, entenda como Mobile (móvel).
Para o profissional hoteleiro, se você quer fazer a
diferença no marketing e/ou no gerenciamento de demanda, aprenda sobre
distribuição como parte “chave” do seu “job description”, não importando sua
posição.
E seu hotel? Está preparado tecnologicamente e já
tem um plano estruturado e consistente para uma gestão eficiente de
distribuição nos próximos anos?
2 comentários:
Recebi este email referente ao artigo acima publicado no Hôtelier News. Tomei a liberdade de postar abaixo somente a parte que se refere exclusivamente ao artigo.
Obrigada,
GABRIELA OTTO
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Boa tarde, Gabriela!
Acabei de ler seu artigo sobre o futuro da distribuição hoteleira e achei muito bem estruturado e coerente. Concordo em gênero, número e grau com o que você escreveu e imagino mesmo que o monitoramento e gestão de UGC sites seja uma ferramenta importante o suficiente para a hotelaria para merecer um artigo específico.
Abraços e parabéns!
Michael Schnürle
Boa noite, Gabriela Otto,
Este já é um artigo antigo, mas mais atual impossível.
A internet é o meio onde de melhor comunicação dos clientes e futuros clientes com as empresas. E com a acessibilidade e portabilidade ficou mais fácil e quase que inevitável a venda pela internet. Hotéis e outros serviços que trabalham desta forma estão ganhando mercado.
Hoje trabalho em uma empresa a qual efetua reservas de hotéis e locação de veículos, e todo o procedimento é feito on-line. Mesmo o contato feito por telefone o cliente teve acesso ao site da empresa para melhor informação. Às vezes também acontece o receio por parte do cliente, de não conhecer o procedimento, mas é um numero pequeno de pessoas.
Att.
Aline Farias Guerra
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