Esse meu artigo também foi publicado no Hôtelier News. Leia aqui.
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Quando você faz um bom trabalho, quer ser
reconhecido, certo?
Pois saiba que existem muitas pessoas muito
confortáveis com o anonimato.
Sabe aquele funcionário competente e comprometido, que
não faz autopromoção, e até foge dos holofotes?
Pois ele é mais um na legião de ‘invisíveis’ da sua
empresa.
E justamente
por serem low profile, se tornam um
desafio para os gestores, pois é fácil considerá-los garantidos. No entanto, é
preciso entendê-los, ou o risco de perdê-los é grande.
Eles
são encontrados em posições diversas, até o topo. David Zweig, escritor que estuda o comportamento dos invisíveis, afirma: “Para eles, qualquer
tempo gasto cortejando elogios ou fama é um tempo roubado do trabalho
importante e interessante que eles têm. Sua relação com o reconhecimento é
muitas vezes oposta ao que a maioria aprecia: quanto melhor fazem seu trabalho,
mais desaparecem. Pode acontecer de só serem notados se algo sair errado.”
Ser um invisível tem menos a ver com ser visto, e mais com
motivação.
Faça o teste. Se você responder ‘sim’
para a maioria das perguntas abaixo, talvez seja um invisível:
· Fala
mais ‘nós’ do que ‘eu’?
· O
que o deixa satisfeito é o trabalho em si?
· Ser
meticuloso faz parte da sua ética de trabalho?
· É
extremamente responsável?
· Não
fica atrás de elogios do chefe?
· Tem
uma percepção tranquila de si mesmo (‘se basta’)?
· Lidera
pelo exemplo?
· Quanto
mais responsabilidade, mais honrado se sente?
Eles nos
ensinam que poder e visibilidade nem sempre andam juntos.
Alguns arquétipos
do profissional invisível:
- Ghostwriter (escritor que não assina suas obras) – Você conhece Alan Dean Foster? E Star Wars? Pois é, ele escreveu.
- Anestesista
- Editor
- Perfumista
E quem são os
invisíveis no seu hotel? Seria...
· ...o
assistente de reservas que tem o maior índice de conversão, mas você nem sabe o
nome?
· ...o
garçom que todos os clientes elogiam e você nem cumprimenta ao entrar no
restaurante?
· ...o
vendedor que sempre bate suas metas individuais, e que você não reconhece
porque o resultado geral do hotel não foi alcançado?
· ...ou
o gerente daquela área que não dá problema, mas você acha meio ‘mole’, porque
não se posiciona nas reuniões de comitê?
São pessoas
que, quanto melhor fazem seu trabalho, menos os percebemos.
Na
cultura de celebridades que vivemos, muitas vezes os invisíveis são
incompreendidos. Durante muitos anos, os alunos e
profissionais mais cultuados foram os extrovertidos. Mas livros como o best seller “O Poder dos Quietos”, de Susan Cain, revela que muitas
pessoas fazem melhor seu trabalho sozinhas. A veneração atual pelos escritórios
abertos, por exemplo, muitas vezes não proporciona os melhores resultados,
apenas desvia a atenção para os que defendem seus pontos de vista falando mais
alto.
Portanto, cuidado para não se perder no ‘barulho’, e deixar
as qualidades silenciosas passarem desapercebidas.
Se um invisível percebe que a empresa é paternalista ou promove profissionais
com performances questionáveis, imediatamente começa a atualizar o currículo.
Então como
lidar com eles?
1) Identifique-os.
2) Reconheça-os
como modelos, aqueles que ‘jogam’ para o time.
3) Recompense-os
de forma justa (muitos sabem o valor que tem).
4) Converse
abertamente e saiba o que funciona para eles.
5) Certifique-se
que seu trabalho seja interessante.
A recompensa de saber lidar com os invisíveis não é só
mantê-los (pois eles fazem toda a diferença no seu negócio), mas internalizar
sua ética e excelência na cultura da empresa.
Por fim, tenha
estrelas em posições que exijam esse perfil, mas mantenha muitos invisíveis
satisfeitos.
Se quiser
saber mais sobre o assunto, recomendo o livro “The Invisibles” (ainda sem
tradução para o português) de David Zweig.
Mas
independente da leitura, valorize seus
invisíveis!
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