quarta-feira, 23 de abril de 2008

Suas idéias sabem “nadar” no Oceano Azul?

W. Chan Kim e Renée Mauborgne, especialistas do Insead de Fontainebleau, ensinam como as empresas podem concentrar-se em criar “oceanos azuis”, investindo na formação de mercados novos –e unindo em uma mesma estratégia diferenciação e baixo custo (estratégias já faladas por Michael Porter).
Os oceanos vermelhos reúnem as empresas que já existem e, nele, todas tentam superar os concorrentes a fim de conquistar uma parcela maior da demanda já existente. Com uma competição tão acirrada, as águas não raro se tornam sangrentas e reduzem-se as expectativas de lucros e crescimento. A principal investida estratégica consiste em fazer um constante benchmark da concorrência e tentar superá-la. Em resumo: a agenda estratégica é estabelecida pelos concorrentes.
Já os oceanos azuis são constituídos pelos mercados intocados e por oportunidades de um crescimento altamente rentável. Suas águas são amplas, profundas e inexploradas.Nelas, é preciso criar demanda, em vez de disputá-la com a concorrência. As empresas que criam oceanos azuis, como a Apple, Southwest, Cirque du Soleil e MacDonalds, podem deixar os concorrentes para trás ao proporcionar um salto de valor para o cliente e para si mesmas.
O levantamento de negócios lançados por 108 empresas mostrou que 86% atuavam de modo linear, ou seja, limitavam-se a acrescentar melhorias dentro das águas vermelhas dos mercados existentes e, apesar de representarem 62% da receita total dos novos lançamentos, esses negócios respondiam por apenas 39% do total de lucros. Por outro lado, os 14% dos lançamentos restantes tinham o objetivo de criar oceanos azuis: eram responsáveis por 38% da receita decorrente dos novos negócios e por 61% dos lucros.
Na realidade, os oceanos azuis não são sinônimo de inovação tecnológica ou de tecnologia de ultíssima geração; derivam da inovação de valor –ou seja, da associação da inovação a fatores valorizados pela maioria dos consumidores– e não da inovação tecnológica em si.
Três critérios principais definem os oceanos azuis comercialmente atraentes.
- Utilidade para o consumidor - há algum motivo decisivo para despertar o interesse da massa de consumidores?
- Preço estratégico - será que esses consumidores estão dispostos a pagar pelo que você pretende oferecer?
- Modelo de negócio - garante uma margem de lucro confortável?
Para fazer isso na prática, é preciso pensar! Sua empresa pode aumentar, reduzir, eliminar ou criar atividades de sua cadeia de valor? Tudo o que apresenta alto custo e agrega pouco valor, por exemplo, deve ser eliminado.
Mesmo quando se consegue criar um oceano azul, a missão não está completa.
Por exemplo: O iPod da Apple criou um oceano azul, mas a empresa terá de ampliar e manter essa vantagem, reavaliando a precificação estratégica e o custeio-alvo, por conta da crescente pressão dos imitadores para conquistar um lugar ao sol.
Abaixo seguem exemplo das curvas diferenciadas de valor de 2 empresas que conseguiram entrar no Oceano Azul. Acredito que fique clara a estratégia:

CIRQUE DU SOLEIL

MACDONALDS
Para ler o artigo inteiro publicado na Revista HSM, clique aqui.

6 comentários:

Anônimo disse...

A estratégia de Chan Kim é interessante e real, porém, aborda o oceano azul com uma única visão, exemplificando apenas empresas que obtiveram sucesso, não analisando o outro lado, no qual se encontram as empresas que entram nesse oceano de águas claras e estagnam, pois acham que já estão posicionadas à frente de seus concorrentes, esquecendo-se de que as outras empresas podem melhorar o produto criado. Empresas abordadas no texto como Apple e McDonald's são empresas consolidadas, com uma marca forte e bem posicionadas perante seus clientes, o que facilita a permanência constante no oceano azul, fator este que pode não ocorrer com as demais.

Bruna de Castro Bracaioli e Rodrigo Veras Fluhmann - 6º BHMB - sala 213

Anônimo disse...

A estratégia chamada "oceano azul", tem como sua principal característica, também sua principal advertência. Quando se cria uma nova demanda, acaba-se criando também uma certa limitação, já que há a tendência, dessas empresas ficarem marcadas com a sua característica, como no caso do Mac Donald, por exemplo, que se hoje se tentasse mudar, não conseguiria, pois o Mac Donald será marcado pra sempre como um produto de serviço rápido, barato e de ambiente agradável.
A limitação também é um dos defeitos que se pode analisar neste tipo de estratégia, pois tudo que se é criado tem a sua curva de declínio. O fato da existência dessa curva, não é o principal motivo para a limitação, mas sim o fato de as empresas poderem não estar preparadas à curva.
Outro problema que pode ser citado, é que ao se criar um novo tipo de demanda, não se sabe até que ponto ela pode continuar existindo, até que ponto essa nova demanda é real e fiel ao novo tipo de produto.
Portanto, a estratégia do oceano azul, apesar de poder ser a salvação total de uma empresa, acaba sendo mais arriscada que a do oceano vermelho.

Fernando Leite Campagna - 6° BhB - manhã

Anônimo disse...

Chan Kim estudou o comportamento de empresas bem sucedidas no mercado e depois de fazer um comparativo entre elas, estabeleceu padrões comportamentais em relação ao mercado em que elas estavam inseridas. O plano estratégico adotado por ambas era quase oposto com exceção de alguns pontos em comum e possível diferenciais, essa mudança de produto constitui o conceito oceano azul, que é a inovação de valores tornando a concorrência irrelevante. Quando aplicada de forma adequada, essa estratégia pode reestruturar drasticamente o desempenho de uma empresa, o que pode ser a salvação necessária no caso de empresas que participam de um mercado muito competitivo, como as companhias aéreas. Um bom exemplo disso é a Gol criou seu próprio oceano azul quando começou a vender passagens com preços mais competitivos e maior número de saídas, no entanto, a duração dessa exclusividade é finita uma vez que as outras companhias começam a vender um produto semelhante para não perderem demanda. A condição do oceano azul é a constante inovação, que pode ser trabalhosa e imprevisível por não ter um histórico de mercado justamente por estarmos criando um, outro fator que também deve ser considerado é a implantação de uma nova política em uma empresa que sempre atuou no oceano vermelho, difundir um novo conceito de gestão é complexo e pode não ser bem aceito. Tendo em mente isso, podemos dizer que é necessário um grande investimento de tempo e dinheiro para desenvolver seu novo produto e mantê-lo, a constante inovação de valor requer monitoramento e um grande dispêndio de recursos que nem sempre trarão resultados positivos, com isso cabe a cada gestor analisar qual plano estratégico é mais vantajoso para seu negócio. De uma forma ou de outra em qualquer mercado é necessário aprender a "nadar" em todos os oceanos.

Anônimo disse...

Além de radical e extremista, achamos que a teoria criada por Chan Kim não está de acordo quando fala que, na realidade, os oceanos azuis não são sinônimo de inovação tecnológica ou de tecnologia de ultíssima geração. Todos os exemplos mostrados (Apple, Southwest, Cirque du Soleil e MacDonalds) de alguma forma tiveram que se inovar tecnologicamente para ganhar essa “corrida” para o oceano azul. No mundo de hoje não é mais possível admitir que uma empresa consiga inovar seu valor sem tecnologia, de uma forma ou de outra esta já está intrínseca na vida de todos nós.

Anônimo disse...

Para entrar no oceano azul existe duas maneiras: nascer nele ou sair do oceano vermelho para entrar nele. A primeira opção é mais fácil, pois a empresa cria sua missão com esse objetivo; e no segundo talvez seja preciso re-inventar essa missão. Após isso, os desafios são identificar o que deve ser eliminado, criado, reduzido e aumentado. E, então, estando no oceano azul, a empresa não pode esquecer do oceano vermelho, ou seja, analisá-lo para sempre encontrar diferenciais para manter-se nele.

Anônimo disse...

Os autores mostram como o simples, o que já existe, agregado a um valor diferente ou adaptado a mudanças sutis pode obter muito mais sucesso que uma idéia complicada e cheia de inovações, que seria muito arriscada financeiramente para a empresa. As outras empresas, que não utilizam essa estratégia, acabam deixando de ser concorrentes e passam a ser irrelevantes ao lado das que "nadam" no "oceano azul", pois não conseguem atingir o mesmo valor. Isso pode ser também observado na hotelaria, onde o melhor, muitas vezes, o hotel que tem o maior valor agregado, é o que usa a simplicidade, sem abusar de tecnologias e nem exagerar nas inovações. Focando no que é necessário, mas ainda assim, se destacando entre seus concorrentes, para não voltar a pertencer ao "oceano vermelho". Através disso, além de atender a demanda já existente, passa a gerar uma nova.